Sistema Legado: por que ainda é usado e como modernizá-lo?

O papel de um Sistema Legado

Diante da rápida evolução tecnológica e das crescentes demandas por eficiência, os sistemas legados se tornam um ponto crítico dentro das organizações, desempenhando um papel vital, mas também gerando desafios significativos.

Eles variam desde softwares e hardwares arcaicos até infraestruturas inteiras que, embora sejam funcionais, apresentam vários empecilhos. À medida que as empresas buscam melhorar suas operações, torna-se cada vez mais claro o impacto que esses sistemas podem ter no desempenho e flexibilidade dos negócios.

Este artigo explora em profundidade o que caracteriza um sistema legado, as adversidades que ele é capaz de trazer e as melhores práticas para modernizar essas tecnologias essenciais. Continue lendo para entender como a sua corporação lidaria com essa situação e avançar rumo a um futuro mais inovador e seguro.

O que é Sistema Legado?

É um software que foi desenvolvido há muito tempo e que, apesar de continuar em uso, já não atende às necessidades contemporâneas de uma organização ou de seus usuários.

Esses programas foram criados com base em ferramentas antigas e, na maioria dos casos, utilizam linguagens de programação ou plataformas que não são mais suportadas ou ensinadas de forma ampla.

Embora ainda funcionem, eles apresentam insuficiências que dificultam a adaptação às exigências atuais.

Logo, para melhor entendimento do conceito de sistemas legados, imagine um veículo que você comprou há 20 ou 30 anos e que continua funcionando. Contudo, não possui as características dos carros mais novos, como conectividade Bluetooth ou câmeras de ré.

Assim, ainda neste exemplo do carro, mantê-lo em bom estado se torna cada vez mais difícil, pois as peças de reposição são raras e poucos mecânicos sabem lidar com a tecnologia. Da mesma forma, sistemas legados exigem aperfeiçoamento especializado, que é mais caro e demorado.

Concomitantemente, o automóvel pode não ter portas USB para carregar seu celular ou ser compatível com acessórios vigentes, assim como um sistema legado não se integraria bem com tecnologias contemporâneas.

Exemplos de Sistemas Legados

Para ilustrar melhor o conceito de sistemas legados, vamos usar alguns exemplos do cotidiano:

  • Caixas eletrônicos (ATMs): muitos bancos ainda utilizam aplicações envelhecidas em seus caixas eletrônicos. Eles foram desenvolvidos décadas atrás e, apesar de funcionarem, são limitados em termos de integração;
  • Telefonia fixa: a infraestrutura de telefonia fixa em muitas regiões ainda depende de tecnologia legada. Embora ainda seja funcional, está cada vez mais sendo substituída por sistemas de telefonia digital;
  • Sistemas de reserva de passagens aéreas: determinados programas usados por companhias aéreas para reserva de passagens são legados. Eles foram construídos há muito tempo e podem não ter a flexibilidade ou a usabilidade das plataformas modernas de reservas online.

Esses exemplos mostram como sistemas legados continuam presentes no nosso dia a dia, mesmo que passem despercebidos. Atualizar ou substituí-los é um desafio contínuo para muitas organizações.

Como identificar um Sistema Legado?

Softwares antigos, em casos específicos, são vistos como o "calcanhar de Aquiles" de uma organização, pois, em grande parte das vezes, atrasam rotinas e aumentam os custos operacionais. Vejamos alguns sinais mais detalhados de que você está lidando com um sistema legado a seguir.

  • 1- Tecnologia obsoleta

    Se o software foi construído usando linguagens de programação que não são mais ensinadas ou amplamente utilizadas, como COBOL ou Fortran, é um forte indicativo de que se trata de um sistema legado.

    Além disso, se o hardware necessário para rodá-lo é difícil de encontrar no mercado, a chance de ser um legado é alta. Essas ferramentas obsoletas dificultam a manutenção e limitam a capacidade da empresa de inovar.

  • 2- Manutenção onerosa

    Um dos maiores desafios dos sistemas legados é o alto custo de correções. À medida que eles foram construídos há muito tempo, o conhecimento necessário para operá-los e corrigir problemas se tornou raro.

    Profissionais especializados são escassos e caros, o que torna a vistoria não só cara, porém demorada, levando a uma dependência de poucos indivíduos dentro da organização, o que é arriscado.

  • 3- Falta de integração com novos sistemas

    A incapacidade de se integrar a novas tecnologias é outro sinal claro de um sistema legado. Por exemplo, um programa antigo não conseguir trocar dados com plataformas recentes de CRM ou ERP, resulta em processos desconectados e ineficientes.

    Esta falta de integração é capaz de forçar a corporação a recorrer a soluções manuais ou a adotar "gambiarras" que aumentam a complexidade e o risco de falhas.

  • 4- Desempenho inadequado

    Sistemas legados geralmente apresentam complicações de desempenho, como lentidão e falhas frequentes. Esses obstáculos são exacerbados quando o volume de dados processados aumenta, algo comum com o crescimento das empresas.

    Uma aplicação que leva minutos ou até horas para completar tarefas que deveriam ser instantâneas é um indicativo claro de que ele não está mais à altura das exigências correntes.

Problemas causados por Sistemas Legados

Os tipos de barreiras causadas são variados e impactam diretamente a eficiência operacional, a segurança e a capacidade de inovar. São eles:

  • Segurança vulnerável: softwares arcaicos não foram projetados para enfrentar as ameaças cibernéticas recentes, como ataques de ransomware ou phishing avançado. Isso significa que, sem as atualizações necessárias, esses sistemas podem ter várias vulnerabilidades que são fáceis de explorar;
  • Falta de suporte e atualizações: sem suporte, qualquer falha que ocorra, demorará muito mais tempo para ser resolvida, e as atualizações de software, que corrigem bugs e melhoram a segurança, simplesmente deixam de existir, deixando a organização suscetível a falhas críticas;
  • Incompatibilidade: imagine uma empresa que utiliza um sistema primitivo para gerenciar inventário, mas deseja implementar um novo módulo de e-commerce. A integração entre os mesmos pode ser impossível, ou ser custosa, forçando a companhia a manter rotinas redundantes ou manuais;
  • Custo elevado de correção: entidades são capazes de gastar uma porcentagem significativa de seu orçamento de TI apenas para manter aplicações velhas em funcionamento, incluindo os custos associados a tempo de inatividade, falhas inesperadas e ineficiências operacionais;
  • Baixa eficiência operacional: os sistemas primitivos, geralmente, são lentos e requerem processos manuais para compensar seus empecilhos. Ou seja, as tarefas que seriam automatizadas ou aceleradas com as aplicações vigentes, acabam demorando mais e consumindo mais recursos.

Por que os Sistemas Legados ainda são usados?

Apesar das inúmeras complicações associadas às aplicações legadas, várias empresas ainda os utilizam. Vamos analisar as razões para escolhê-los:

  • 1- Custo de substituição

    Substituir um sistema legado é um processo caro e complexo. Geralmente, a tecnologia está tão profundamente integrada às tarefas da corporação que a substituição seria vista como uma cirurgia de grande porte.

    O processo exigiria um investimento inicial significativo em softwares atuais, hardware, treinamento de funcionários e migração de dados. Além disso, a substituição causaria interrupções nas operações diárias, o que, para muitas instituições, é um risco que não estão dispostas a correr.

  • 2- Dependência dos processos existentes

    Ao longo dos anos, instituições constroem processos complexos ao redor de seus sistemas legados. Eles, geralmente, se tornam tão enraizados na cultura e nas operações da empresa, que a mudança para uma nova plataforma parece inviável.

    Logo, a adaptação aos padrões recém adquiridos demandaria um grande esforço de treinamento, causando resistência por parte dos funcionários e, por conseguinte, as companhias preferem manter o que já conhecem e continuar usando o sistema legado, mesmo que isso signifique sacrificar eficiência e inovação.

  • 3- Ausência de alternativas viáveis

    Em alguns setores, esses sistemas foram projetados para atender a necessidades muito específicas, e substituí-los por soluções modernas não ser algo tão simples.

    Em certos casos, as alternativas no mercado podem não oferecer todas as funcionalidades críticas que o sistema legado oferece, ou então elas serem incompletas e/ou inadequadas para as exigências da empresa.

  • 4- Confiança e familiaridade

    Sistemas legados, por serem utilizados por tanto tempo, criam um senso de confiança e familiaridade entre os usuários. Mesmo com suas limitações, os funcionários sabem como operá-los e a forma de contornar as falhas.

    A mudança para uma nova plataforma envolve uma curva de aprendizado que afetaria a produtividade a curto prazo. Por essa razão, muitas corporações preferem continuar com o que é conhecido e familiar, adiando a migração para tecnologias mais atuais.

Atualização de Sistemas Legados

Em vez de tentar substituir toda a aplicação de uma vez, uma abordagem mais segura e eficiente é a modernização gradual. Esse processo envolve atualizar componentes específicos do sistema, como a interface de usuário ou módulos de software, ao longo do tempo.

Por exemplo, uma empresa começaria atualizando o banco de dados subjacente enquanto mantém a interface legada, e, em seguida, passar para a integração de novos módulos com funcionalidades recentes.

Essa abordagem permite que ela minimize o risco e o impacto nas operações, além de possibilitar ajustes ao longo do processo de padronização.

Todavia, em alguns casos, a melhor solução é reescrever o sistema legado do zero usando ferramentas atuais. Isso pode parecer uma tarefa monumental, entretanto oferece a vantagem de criar um software perfeitamente adaptado às demandas recentes da organização.

Alternativamente, ela teria a opção de substituir a aplicação legada por uma solução de mercado que ofereça funcionalidades similares, mas com a flexibilidade e a segurança necessárias para os desafios vigentes.

A escolha entre reescrever ou substituir depende da complexidade do sistema legado e dos requisitos específicos da companhia.

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