António Miguel Ferreira: “Portugal está no Top 5 dos países mais empreendedores da Europa”

Em entrevista ao Podcast Money, Money, Money, do jornal Expresso, o Managing Director da Claranet Portugal falou dos novos modelos de trabalho, do mercado global das tecnologias e do papel que Portugal pode ter para atrair recursos e investimentos nas TI.

António Miguel Ferreira - Managing Director - Claranet Portugal
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A recente inauguração dos novos escritórios e da sede da Claranet no Hub Criativo do Beato, em Lisboa, serviu de pretexto ao convite lançado ao Managing Director da Claranet Portugal para participar no podcast Money, Money, Money, numa conversa que percorreu o passado, o presente e a visão de futuro que tem para a empresa.

António Miguel Ferreira começou por destacar o facto de a Claranet ser a primeira empresa privada a instalar-se no Hub Criativo do Beato, fruto do alinhamento dos seus objetivos em encontrar uma sede “única, para fortalecer a colaboração e a sua cultura”, com o caráter de inovação, tecnologia e criatividade deste espaço em Lisboa.

Ainda dentro do âmbito interno da Claranet Portugal, António Miguel Ferreira falou da opção de investir num espaço mais colaborativo e adequado aos seus objetivos de crescimento e de consolidação da posição de maior fornecedor de tecnologias de informação em Portugal. A empresa pretende promover ainda mais o equilíbrio entre trabalho remoto e presencial no novo escritório, que foi pensado para fomentar a colaboração de uma forma diversificada – incluindo vários tipos salas de reuniões, cabines para videoconferência, bem como postos de trabalho dentro ou em frente aos jardins interiores.

A importância da Claranet Portugal dentro do Grupo, a nível internacional, foi outra das questões abordadas pelo seu Managing Director, revelando que Portugal representa atualmente cerca de 30% do volume de negócios total do Grupo - “o que é gigante, tendo em conta que é a economia mais pequena dos países em que a Claranet está inserida”.

Portugal, país de start-ups?

Quando questionado sobre o papel de Portugal enquanto país de start-ups e de tecnologia, António Miguel Ferreira referiu concordar com a ambição que as diferentes autoridades nacionais têm revelado neste capítulo.

Essa ambição, de resto, já colocou o nome de Portugal “nas conversas” a nível internacional, faltando agora continuar a criar condições de atratividade para as organizações e profissionais:

Diria que Portugal está no Top 5 dos países mais empreendedores, ou que tem conseguido atrair mais start-ups na Europa – esta é a minha perceção – e acho muito bem que tenha essas ambições.

O Managing Director da Claranet vê, sobretudo, pontos fortes em Portugal para atrair empresas tecnológicas - clima, hospitalidade, infraestruturas de telecomunicações, comida, apetência dos portugueses para as novas TI e a ligação com a América, Europa e África -, embora refira a falta de recursos qualificados como o ponto mais negativo.

Futuro: o próximo e a 30 anos

Apesar do momento menos positivo que muitas tecnológicas a nível mundial estão a atravessar, António Miguel Ferreira mostra-se otimista em relação à inversão deste cenário.
“As empresas que foram obrigadas a emagrecer, mesmo as grandes, vão voltar a contratar; não tenho absolutamente dúvida nenhuma que este emagrecimento vai dar lugar à constatação de uma realidade de que as TI são dos setores da nossa economia que mais crescem e que mais vão continuar a crescer nos próximos anos...”

E faz o contraponto com a situação da Claranet em Portugal:

Nós, felizmente, estamos em contraciclo – tínhamos anunciado no início de 2022 que íamos contratar cem pessoas em Portugal, contratamos 170 – e, portanto, não estamos de todo nessa onda de redução; pelo contrário, estamos a aumentar o nosso investimento.

Sobre um futuro mais longínquo, o Managing Director da Claranet indica o crescimento exponencial de novas tecnologias e a Inteligência Artificial como substituta de muitas funções atribuídas hoje a Humanos como os temas mais pertinentes.
“Há uma série na Netflix em que as pessoas podem reviver, a qualquer momento, qualquer momento do seu passado, uma espécie de armazenamento permanente da vida pessoal de cada um. Acho que isso vai ser realidade um dia e a tecnologia vai estar em todo o lado (…); vamos sobretudo usar tecnologia que nos possa ajudar a ser mais felizes enquanto sociedade e não a destruí-la”.

in Podcast Money Money Money - Expresso